segunda-feira, 21 de dezembro de 2015





Feliz Natal !

Para meus AMIGOS e meus FAMILIARES.
 Que o próximo ano seja repleto de  ALEGRIAS e SUCESSO!

Benedita Azevedo

www.beneditaazevedo.com
                Sousândrade na visão de Humberto de Campos
               
                Podemos observar através deste texto do escritor, Humberto de Campos, que não é de hoje, as dificuldades pelas quais passam as pessoas que se dedicam a escrever, profissionalmente, e pretendam viver do que fazem.  Lendo as Memórias inacabadas do escritor memorialista, vejam como conheceu e nos deixou de herança peculiaridades do grande, Souzandrade:

             SOUZANDRADE - “Considerada um dos primeiros estabelecimentos da praça no seu gênero, e o primeiro pela sua seriedade, demonstrada na excelência e autenticidade dos produtos que fornecia, a “Casa Tramontina” contava entre os seus fregueses algumas das figuras notáveis, ou simplesmente curiosas, que o Maranhão ainda possuía. Achavam-se entre elas, por exemplo, o poeta Joaquim de Souzandrade, (...) que era, sem dúvida, entre eles, o mais considerável pela projeção do nome e pela originalidade do aspecto. Ao vê-lo pela primeira vez, atravessar a rua, vindo da Biblioteca, eu começava a armar no rosto de menino um sorriso de espanto e de mofa, quando vi “seu”............ encaminhar-se para a porta e recebe-lo entre mesuras respeitosas e de pouco emprego na casa, antes, mesmo, que ele tivesse pisado a orla da calçada. Era um velho alto, carão moreno e rigorosamente escanhoado, colarinho entalando o pescoço, cabeleira grisalha caindo, fofa, para os ombros, cobrindo a orelha, e, sobre essa cabeleira, que dava a impressão de achar-se  empoada, uma cartola, cuidadosamente posta e mantida em rigoroso equilíbrio. Calça de casimira escura, e de lista, descia-lhe até aos joelhos uma sobrecasaca abotoada e transpassante. No rosto largo, um sorriso polido, mas deixando à mostra uns  grandes dentes cuidados.  E, pendentes de um fio negro, um monóculo, que levava de  instante a instante, em gestos pausados, à órbita esquerda. Tipo de poeta ou político norte-americano da primeira parte do século XIX. 
                                                                          
        –  Sabe quem é esse? – Sussurrou a meu lado, Osório Lima.
Eu tinha visto, já, aquele sujeito não sei em que estampa de uma “História do Brasil”. Seria difícil, todavia, identificar esta estampa, depois de transformada em carne, osso, colarinho, cabeleira, sobrecasaca e chapéu de pelo.
        – Este é o grande Souzandrade... Dr. Joaquim de Souzandrade... Tornou Osório, compreendo a ignorância revelada pelo meu silêncio. Depois da explicação, fiquei como estava antes dela. Eu jamais, na minha vida, ouvira, ou lera, aquele nome.  Os poetas não tinham me interessado nunca. (...) Ele era, entretanto, uma individualidade curiosa, a última relíquia do velho Maranhão glorioso, e o remanescente vivo das altas figuras patrimoniais da velha Atenas agonizante. Surgindo quando a grande geração se extinguia, abandonou a pátria, e foi no estrangeiro, afinar o espírito pelo rugido eólico dos ventos novos. Fixou residência nos Estados Unidos, fez-se, aí, republicano; e, fundando jornais de espírito brasileiro, repetiu, embora apagadamente, a missão evangélica de Hipólito José da Costa, o Paulo de Tasso da Independência, que pregava em Corinto o que devia ser ouvido em Jerusalém. Inteligência investigadora e rebelde imaginou, então, um poema de proporções vastas, interessando a todo o continente, do qual, publicou um volume com os primeiros nove cantos, e que se tornou famoso pela bizarria desconcertante da forma e das ideais. Camilo Castelo Branco, que o considerava o mais “extremado, mais fantasista e erudito poeta do Brasil” no seu tempo, achava que o seu poema “pesa e enfara pela demasia dos adubos”. Silvio Homero apontava-o como o único poeta brasileiro que havia “tomado o faro do século”. Regressara, porém, para o Maranhão, e lá vivia, por esse tempo, isolado em uma velha quinta à margem do rio Anil. Cercada de grandes muros, essa propriedade tornara-se a gaiola enorme de um velho pássaro que não cantava mais. Lá dentro, à sombra das grandes árvores que rodeavam a casa e se debruçavam sobre o rio, o autor d’O Guesa e das Harpas Selvagens lia Homero e Virgílio, no original. De tempos a tempos, vendia alguns metros dos muros da chácara aos construtores, que aproveitavam o material, de primeira ordem, em novas edificações urbanas.  E isso dava oportunidade ao velho poeta, que vivia dessas pequenas transações, para uma frase de fina ironia.
        - Como vai o senhor, senhor Doutor? Está passando bem? – perguntavam-lhe.
         - E ele, a voz macia, o sorriso inteligente:
         - Comendo pedras, meu senhor; comendo pedras...
        Souzandrade entrava na mercearia, inclinava a cabeça, sorridente, num cumprimento a cada um, e, mesmo de pé, fazia a sua pequenina encomenda delicada: uma lata de espargos, um pouco de queijo, sardinhas de Nantes, e tâmaras ou ameixas. Sortimento para oito ou dez mil reis, que um empregado levava à quinta, e que ele, semanas depois, vinha pagar, com as cédulas miúdas e os níqueis rigorosamente contados. A sua freguesia não dava lucro. Mas enchia de orgulho a casa”.   [Humberto de Campos, Memórias inacabadas, cap. II, pp 16 – 20]

  O maranhense Humberto de Campos sempre me inspirou. Ao ler seus textos no “Grupo Escolar Gomes de Sousa”, ainda no primário, ficava matutando... Que também eu poderia escrever histórias tão bonitas quanto as que ele escreveu.      Em 2004, comprei, em um sebo, seu livro Crítica, 4ª série, onde encontrei a fantástica história de Joaquim Gomes de Sousa. Em 2009 publiquei-a no Recanto das Letras, por imaginar que assim, tal qual eu, muitos conterrâneos conheciam superficialmente, a história do grande cientista brasileiro. O primeiro doutor em matemática da história do Brasil. Catedrático do Colégio Pedro II, aos 19 anos.
       Hoje, estudiosos da Academia Itapecuruense de Letras, conseguiram resgatar obras, do ilustre conterrâneo, que se julgavam perdidas.
         Desta vez, a surpresa foi seu testemunho quanto à sua convivência com o grande Souzandrade.

Praia do Anil, Magé – RJ, 15/09/2015
Benedita Azevedo



sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

clarão da manhã -
as pedras à beira mar
guardam lótus brancas.

Benedita Azevedo
lembra um lenço branco -
o leve pouso da garça
entre os pescadores

Benedita Azevedo
chuva de verão -
no Vale das Pedrinhas
poças na rua


Benedita Azevedo

Confraternização anual - BONENKAI

GINKÔ: passeio poético para composição de haicai.


A confraternização anual - onde seria realizado o ginkô pelos componentes do Grêmio Haicai Ipê, aconteceria no Sítio do Bugre, da mestra Teruko Oda, dia 06 de dezembro de 2015, em Cotias – São Paulo. Entretanto, em consequência da obra da SABESP na rua de acesso à residência campestre da família Oda, o Sr. Kenji Takemoto, presidente da Associação Cultural e Educacional Nikkei Bungaku do Brasil, conseguiu com seu amigo, Jorge Hanaoka que o evento fosse realizado eu seu sítio, próximo ao local anteriormente planejado.


A van que nos conduziu de São Paulo à Estrada de Pununduva, estacionou dentro do sítio, logo à entrada. Uma chuva fina umedecia as flores do jardim espalhadas pelos canteiros nos vários ambientes. As nuvens carregadas não impediram de apreciarmos a beleza da paisagem verdejante, em contraponto ao horizonte cinza, logo ao desembarcarmos da condução.

O brilho colorido das várias espécies de flores, indiferentes às gotas que suavemente pousavam nas pétalas das rosas, das dálias, dos lírios africanos, das flores de cosmos, nas helicônias e tantas outras plantas decorativas, nas alamedas, ao entorno da piscina, contornando a casa do caseiro, nos fundos da casa grande...


O grupo da van foi recepcionado pelos companheiros que já se encontravam no sítio. O Sr. Kenji e o Sr. Jorge mostraram aos visitantes as dependências onde aconteceria o evento. No grande salão a mesa do café com iguarias apetitosas estava à disposição dos haicaístas.No passeio poético pelo sítio – o ginkô do Ipê – 2015, composto por poetas com papel e caneta em punho, espalhou-se pelas alamedas arborizadas, cheias de flores e canto de passarinhos. Ao meio dia, na mesa da varanda, os poetas iam se acomodando para a seleção dos haicais compostos durante o passeio. Cada um poderia escolher dois dos muitos realizados.

Ao final tivemos a classificação seguinte:


!º lugar: Teruko Oda

-

Súbito alvoroço –

Pega-pega de andorinhas

no vasto horizonte.

-

2º lugar: Benedita Azevedo

-

As gotas de chuva –

As trombeteiras curvadas

fazem reverência.

ou

As gotas de chuva –

Curvadas as trombeteiras

fazem reverência.

-

3º lugar: Ane Ramos

-

Lá fora flores

No salão animado

Sons do oriente.

-

4º lugar: 2 haicais de Carlos Roberto Bueno

domingo de manhã

no topo das colinas

as araucárias

-

azul da piscina

as sombras dos haicaístas

nas nuvens brancas

-

5º lugar: Cristiane Cardoso

-

Tento acompanhar

Loucos voos das andorinhas –

Ah, essa liberdade

-

6º lugar: com 1 voto cada:

-

Teruko

-

Sinos da memória –

As trombeteiras floridas

sob um céu chuvoso.

-

Benedita

-

Costelas-de-adão

no canteiro lateral –

Canta o bem-te-vi.

-

Maria Fátima

-

As trombeteiras –

À beira do caminho

Louvação do dia.

-

Márcia Marchini

-

Na caminhada

Azul em movimento

Borboleta.

-

Cotias, 06/12/2015

Benedita Silva de Azevedo

Confraternização anual - BONENKAI

GINKÔ: passeio poético para composição de haicai.


A confraternização anual - onde seria realizado o ginkô pelos componentes do Grêmio Haicai Ipê, aconteceria no Sítio do Bugre, da mestra Teruko Oda, dia 06 de dezembro de 2015, em Cotias – São Paulo. Entretanto, em consequência da obra da SABESP na rua de acesso à residência campestre da família Oda, o Sr. Kenji Takemoto, presidente da Associação Cultural e Educacional Nikkei Bungaku do Brasil, conseguiu com seu amigo, Jorge Hanaoka que o evento fosse realizado eu seu sítio, próximo ao local anteriormente planejado.


A van que nos conduziu de São Paulo à Estrada de Pununduva, estacionou dentro do sítio, logo à entrada. Uma chuva fina umedecia as flores do jardim espalhadas pelos canteiros nos vários ambientes. As nuvens carregadas não impediram de apreciarmos a beleza da paisagem verdejante, em contraponto ao horizonte cinza, logo ao desembarcarmos da condução.

O brilho colorido das várias espécies de flores, indiferentes às gotas que suavemente pousavam nas pétalas das rosas, das dálias, dos lírios africanos, das flores de cosmos, nas helicônias e tantas outras plantas decorativas, nas alamedas, ao entorno da piscina, contornando a casa do caseiro, nos fundos da casa grande...


O grupo da van foi recepcionado pelos companheiros que já se encontravam no sítio. O Sr. Kenji e o Sr. Jorge mostraram aos visitantes as dependências onde aconteceria o evento. No grande salão a mesa do café com iguarias apetitosas estava à disposição dos haicaístas.No passeio poético pelo sítio – o ginkô do Ipê – 2015, composto por poetas com papel e caneta em punho, espalhou-se pelas alamedas arborizadas, cheias de flores e canto de passarinhos. Ao meio dia, na mesa da varanda, os poetas iam se acomodando para a seleção dos haicais compostos durante o passeio. Cada um poderia escolher dois dos muitos realizados.

Ao final tivemos a classificação seguinte:


!º lugar: Teruko Oda

-

Súbito alvoroço –

Pega-pega de andorinhas

no vasto horizonte.

-

2º lugar: Benedita Azevedo

-

As gotas de chuva –

As trombeteiras curvadas

fazem reverência.

ou

As gotas de chuva –

Curvadas as trombeteiras

fazem reverência.

-

3º lugar: Ane Ramos

-

Lá fora flores

No salão animado

Sons do oriente.

-

4º lugar: 2 haicais de Carlos Roberto Bueno

domingo de manhã

no topo das colinas

as araucárias

-

azul da piscina

as sombras dos haicaístas

nas nuvens brancas

-

5º lugar: Cristiane Cardoso

-

Tento acompanhar

Loucos voos das andorinhas –

Ah, essa liberdade

-

6º lugar: com 1 voto cada:

-

Teruko

-

Sinos da memória –

As trombeteiras floridas

sob um céu chuvoso.

-

Benedita

-

Costelas-de-adão

no canteiro lateral –

Canta o bem-te-vi.

-

Maria Fátima

-

As trombeteiras –

À beira do caminho

Louvação do dia.

-

Márcia Marchini

-

Na caminhada

Azul em movimento

Borboleta.

-

Cotias, 06/12/2015

Benedita Silva de Azevedo

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

domingo, 29 de novembro de 2015

3º Encontro musical de Itapecuru

Ao ler este anúncio lembro 
Da festa de cinquenta e oito
Lá na casa de Ciló. 
Meu coração muito afoito 
Lá no meio do salão 
Irmãs e cunhado irmão 
Não tinha ainda dezoito. 

A banda dos Araújos 
Era só animação 
O cordão de carnaval 
Formou-se em meio ao salão 
Ali toda a sociedade 
Prefeito e comunidade 
Gritavam pela nação. 

O Brasil é campeão! 
Homens, mulheres, crianças 
Num só grito ali pulavam, 
E hoje as minhas lembranças  
Ao ler esta propaganda 
Fez-me ouvir aquela banda 
Uma das minhas heranças. 

 Pois na longa caminhada 
Depois dos meus quinze anos 
Por este país afora, 
Heranças e desenganos 
Sempre voltam, e a saudade 
É maior, daquela idade, 
Quando lembro dos meus manos. 

Mas também daquelas bandas 
De música e os dobrados 
Que seguiam procissões 
E os andores carregados. 
O terceiro festival 
Lembra-me o “regional” 
 Dos músicos do passado.

Benedita Azevedo Rio
20/07/2014

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Pergunte à lua...

A literatura está repleta de histórias de casais que separam, voltam, separam... Um cônjuge mata o outro e tantas... e tantas... peripécias. Mas, nada se compara ao que aconteceu com John e Mary.

 Mary, moça que parecia a todos um modelo de recato e meiguice foi abordada por John, numa paquera de rua. Ela fugiu e se refugiou na primeira porta aberta que encontrou. O jovem a seguiu e percebeu que ali era o seu ambiente de trabalho. John perguntou a Mary se poderiam conversar em outro lugar. Preocupada com os olhares dos colegas de trabalho, passou seu cartão para livrar-se daquela incômoda presença.

 Quase completando quarenta anos e muitos relacionamentos desfeitos, John atraía pretendentes pela beleza física. Loiro, um lindo olhar azul, cor do céu, parecia não combinar com a velha jaqueta de couro e sapatos furados de mesmo material.

 Sentada à sua mesa da Casa de Empréstimos Consignados, onde trabalhava, Mary falou alto com os companheiros: - Que cara estranho! Seguiu-me por todo o quarteirão. Tão bonito, mas tão andrajoso!
 Ninguém se importou com a observação de Mary.

 No dia seguinte, com o mesmo traje, lá estava John na esquina. Ela apressou o passo e entrou no trabalho. Desta vez ele desistiu e desapareceu. Mary ficou cismada por alguns dias, mas, o trabalho era intenso e acabou esquecendo.

 Sua rotina de casa para o trabalho e do trabalho para casa foi quebrada quando, naquela noite, andando rápido para descontar o atraso de um cliente retardatário, viu despencar do bonde de Santa Tereza, um corpo bem à sua frente. De coração agitado pela cena inesperada, nem percebeu a lua brilhando sobre os Arcos da Lapa. Parou para se recompor. Conhecia aquela roupa, aqueles sapatos... Não podia ser. Ela estava equivocada pelo stress do dia desgastante de trabalho. Olharia ou não o rosto do infortunado homem? Um grupo de pessoas rodeou o infeliz. Mary quase sem perceber, olhou para o local de onde o homem caíra. Deparou-se com a luz fria da lua e não pode evitar uma exclamação diante daquele paradoxo. Por que uma coisa assim acontecia no coração da “Cidade Maravilhosa”, em um dos pontos mais bonitos do Centro?

Naquele momento, um mendigo chegou com um cobertor e cobriu o corpo. Mary ficou paralisada. Não conseguia sair do lugar. Com esforço deu alguns passos e ficou ali olhando o corpo coberto... Uma vontade enorme de desvendar a identidade da criatura. Seria alguém conhecido? Havia anos que trabalhava ali pela redondeza e nunca vira cena tão chocante. Um curioso afastou a coberta e a moça pode ver o rosto de John ainda de olhos abertos, refletindo o luar dos Arcos da Lapa.

 [Benedita Azevedo – RJ,
Rio de Janeiro, 10/01/2012

Meu lugar


Nos domínios do sítio, meu amor
Se expandindo nos cantos nas porteiras,
Chega à minha cabeça e nas esteiras
Do gramado rasteiro à relva em flor!

Mas, quando ameaçado, o invasor
Qual vírus que se esconde pela beira,
Minha desconfiança tal lareira
Acende um fogaréu qual um censor!

Tomando a atitudes de um conserto
Para conter o alarme o alvoroço...
Arranja uma desculpa e sai do aperto!

Sossegando a tristeza sempre torço
Com todo o ambiente faço um acerto...
E prometo jamais negar meu esforço!

Praia do Anil, 24/05/2015



sábado, 28 de março de 2015

O presente escravo do futuro


Por tradição, alguns pais mesmo antes do nascimento, vivem em função de como será a vida futura de seus rebentos. Alimentação, educação e orientação para que os filhos sejam bem sucedidos. A cada dia os genitores começam mais cedo a preparação de suas crianças para o futuro. Antes de deixarem as fraldas deixam o calor e o conforto do colo materno.
Os pais trabalhando o dia inteiro para garantirem o futuro de seus bebês os deixam aos cuidados de estranhos, nem sempre preparados para tal tarefa. Sabe-se de muitos casos de maus tratos em creches e até óbitos de crianças de tenra idade, enquanto os pais estão sonhando em conseguir o melhor para o futuro deles, perde-os inesperadamente.                                                                                                          
Muitas vezes, em busca dos próprios sonhos, pais e responsáveis desdobram-se para que os filhos tenham o melhor estudo e cobram deles a responsabilidade de desempenho satisfatório em suas tarefas ao longo de toda a infância e adolescência. Entretanto, se algum imprevisto acontece em meio à caminhada projetada pelos pais ou responsáveis, o transtorno atinge a família inteira.
Portanto, há necessidade de se criar hábitos saudáveis para que o trabalho, o estudo, lazer e repouso sejam, no presente, um tempo de viver e crescer harmonicamente. Na expectativa de nos prepararmos para os dias vindouros tornamos o presente um escravo do futuro. O futuro, terra desconhecida, toma muito tempo em nossos devaneios e deixamos, muitas vezes, de aproveitar momentos primordiais, do aqui, agora, junto aos entes que amamos.

Benedita Azevedo